domingo, 5 de outubro de 2008

Com saudades, lembro minha primeira eleição...


Cidade do RIO GRANDE, altos do Mercado Público, Rua Gen. Osório. Foi um despertar diferente para mim, ver meu Pai esperando-me para cumprir meu dever “Cívico”, isto é exercer minha cidadania. Eu havia completado dezoito anos em setembro (1952) e a eleição era sempre no dia 03 de outubro.

Sem que meu pai notasse, eu observava a alegria interior estampada em seus olhos. No encontro com os amigos, dizia com ênfase: - Mais um voto para o “partido”. Confesso que não gostava, desde aquela época da forma de dizer que era partido. Pois acredito que se fosse bom, seria inteiro. E não em pedaços. As eleições eram ainda muito empíricas; cédulas em papel com quadrículos para marcar com caneta ou lápis “crayon” para evitar fraudes.

O próprio eleitor dobrava o lado esquerdo da “cédula” eleitoral onde tinha uma tarja preta que ocultava sua opção. Finalmente dobrava de baixo para cima duas vezes formando a cédula em um tipo de envelope e colocava em uma mala de lona verde com tampa em couro com cadeado..

A ansiedade pelos resultados era enorme, entre contar e recontar durava mais de uma semana, e sempre pairava no ar as dúvidas de fraude eleitoral.

De todas estas lembranças, tem uma que jamais esqueci. Na sabedoria do meu saudoso velho ele repetiu mais de uma vês: - Nunca, mas nunca mesmo VOTES EM BRANCO.
È lamentável desperdiçar o nosso voto. E até hoje louvo e admiro a sabedoria de um homem simples que possuía o saber antecipado do que é melhor para o Rio Grande crescer, e seu povo ter dignidade e orgulho de ser Papareia.

BOA LUTA MEUS IRMÃOS RIOGRANDINOS.

Eldorado do Sul, 05 de outubro de 2008 - post é do Vô Loy